A moeda norte-americana registrou um marco inédito nesta quinta-feira (28), ao superar a cotação de R$ 6. O dólar comercial atingiu seu recorde histórico às 11h21, com valorização de mais de 1% em relação ao fechamento do dia anterior. Às 12h22, a moeda era negociada a R$ 5,99. Paralelamente, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, operava em queda de 1,17%, marcando 126.181 pontos no mesmo horário. No dia anterior, o índice já havia recuado 1,73%, refletindo a expectativa negativa em torno das medidas anunciadas.
Reação negativa do mercado ao pacote fiscal
A apresentação do pacote fiscal pelo governo gerou pessimismo entre investidores. De acordo com o analista Flavio Conde, da Levante Investimentos, as medidas detalhadas pela equipe econômica foram consideradas insuficientes, especialmente por não preverem cortes significativos de despesas públicas. Ele destacou ainda a incerteza sobre a eficácia das compensações para viabilizar a isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil anunciada pelo governo.
Para Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, o atraso na divulgação do pacote havia elevado as expectativas, que acabaram frustradas. “O mercado esperava um plano mais robusto, e o comunicado do governo não atendeu a essas expectativas”, explicou Mattos.
Promessas sem detalhamento
Durante a coletiva de imprensa desta quinta-feira, Fernando Haddad reafirmou o compromisso do governo com a redução de gastos públicos, prometendo economizar R$ 70 bilhões em dois anos. Contudo, o ministro não apresentou um plano detalhado que esclareça como essa meta será atingida, o que reforçou o clima de incerteza entre os agentes do mercado.
Com a cotação recorde do dólar e o desempenho negativo da bolsa, as reações evidenciam a falta de confiança nas medidas anunciadas, aumentando a pressão sobre o governo para apresentar soluções mais concretas e eficazes.
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